No momento em que escrevo este texto estamos na quinta-feira, dia vinte de dezembro de dois mil e doze. Véspera do dia em que o calendário Maia aponta que o mundo, como o conhecemos, irá encontrar o seu fim. Para quem não sabe, os maias são um povo pré colombiano que desapareceu misteriosamente e que, exatamente por isso, é cercado por especulações. Pipocam teorias sobre o seu desaparecimento e sobre supostos poderes extraterrestres ou paranormais que os acompanhariam.
O calendário Maia supostamente apontaria para o fim do mundo na sexta-feira. Ou seja, se eles estiverem certos, não teremos nem o direito de ter o nosso fim-de-semana…
Estas loucuras dos homens de marcarem datas para o fim do mundo já abordei em outro texto, escrito quase um ano atrás, que creio que vale à pena ser lido, o título é: “O fim do mundo e o calendário Maia”. Mas nesta reflexão, quando falo que hoje é o dia do fim do mundo não estou me referindo ao calendário Maia, estou falando de mim e de você.
Hoje é o dia do fim do mundo para incontáveis pessoas, pode ser inclusive para mim ou para você que está me lendo agora.
A igreja que eu pastoreio está encravada em uma das comunidades mais violentas de Salvador. Neste domingo enquanto estávamos adorando ao Senhor um tiroteio na praça vizinha à igreja alvejou nove pessoas e matou uma. Na segunda circulou a informação de que os traficantes locais determinaram toque de recolher. Fala-se que mais uma pessoa morreu vítima do atentado do domingo.
A realidade de nosso bairro não é diferente da realidade de tantos outros nas grandes e até pequenas cidades deste país, mas para quem perdeu a vida naquele tiroteio a verdade é que o fim do mundo chegou.
A Bíblia nos diz que a vida é como uma neblina que aparece por instante e que logo se dissipa, mas, segundo esta mesma Palavra, é no tempo desta breve neblina que decidimos o nosso destino eterno. É neste tempo que pode se esgotar a qualquer instante que temos que tomar a única decisão que realmente importa: onde iremos passar a eternidade.
O mundo pode acabar hoje para você e o que será do seu destino?
Perdemos tempo com tantas coisas irrelevantes. Guardamos rancores, mágoas, desamores. Investimos muito mais para obter coisas materiais do que em adquirir e manter relacionamentos saudáveis. Gastamos muito mais energias para mantermos um corpo “sarado” do que em buscar ter uma alma verdadeiramente sarada no Senhor. Queremos as bênçãos para nós e nos preocupamos muito pouco em sermos bênção para os outros.
Se o mundo acabasse para você hoje que balanço você faria?
Jesus conta a parábola de um homem que após muito trabalho e muitas conquistas resolveu finalmente descansar. Mas para conseguir isto ainda era necessária uma última coisa: precisava construir novos celeiros para guardarem tudo o que ele ganhou em anos de labuta. Esta tem sido a nossa vida também: nos esgotamos lutando e, quando parece que alcançamos nossos objetivos, sempre falta mais alguma outra tarefa a ser cumprida. Quando terminamos a faculdade, falta a pós-graduação ou o MBA. Quando conseguimos o emprego, a luta é para não perdê-lo. Quando adquirimos algo, nosso coração logo se volta para outro objeto de desejo. Vivemos nesta ciranda sempre almejando descanso para nossa alma e sempre adiando em nome de algo que julgamos melhor. Jesus sabia desta marca do ser humano, mas para Ele tais coisas jamais trarão verdadeira felicidade; jamais encherão o coração de paz; jamais levarão à vida em abundância que só Ele pode dar. Esta parábola é uma alegoria da nossa própria vida e para Cristo aquele homem, sempre correndo atrás de vento, era um louco. Isto mesmo: LOUCO. Na parábola, naquela mesma noite em que ele sonhava com o descanso e regalo que teria após construir os novos celeiros, estava previsto que a sua alma seria ceifada, que sua vida teria fim, que o mundo se acabaria para ele, e tudo aquilo que ele cultivou para que lhe serviria?
Ele pode ter cultivado trigo, uvas, figos e romãs, pode ter amealhado fortunas, mas não havia cultivado amores, não havia cultivado relacionamento com Deus, não havia cultivado vida. Não amealhou o verdadeiro tesouro que os ladrões não roubam, nem as traças destroem. Ele pode ter conquistado o mundo inteiro, mas não conquistou tesouros para a eternidade.
Estima-se que diariamente morram cerca 150.000 pessoas no mundo. Ou seja, para quase 150.000 pessoas o mundo vai acabar hoje. Quantas delas verdadeiramente tiveram uma vida que valeu à pena ser vivida?
Mais do que a preocupação com calendários e superstições, hoje desejo lhe levar à reflexão: Independente de como será, seja o fim desta era, quando o nosso Senhor voltar rasgando os céus, seja o fim do mundo só para você quando Ele lhe chamar para o seu lugar eterno, que tal se você fizesse de conta que o mundo acabará hoje e começasse a concertar as suas prioridades; a perdoar aqueles que lhe magoaram e reconciliar-se com as pessoas que você magoou? Que tal se passasse a fazer da busca de intimidade com Deus a sua maior prioridade e fazer Dele o único centro de sua vida e passasse a se preocupar menos com as coisas perecíveis que se veem e mais com as coisas eternas que se não veem?
Pode ser que o mundo não se acabe hoje, nem amanhã, nem nos próximos anos ou nas próximas décadas, mas se você começar a viver esta nova vida, certamente terá uma caminhada muito mais cheia de valor quando o fim do mundo vier.
E Ele virá.
Pr. Denilson Torres
FONTE: http://artigos.gospelprime.com.br/o-fim-do-mundo-e-hoje/
FONTE: http://artigos.gospelprime.com.br/o-fim-do-mundo-e-hoje/
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