Portanto,
cada um de vocês deve abandonar a mentira e falar a verdade ao seu
próximo, pois todos somos membros de um mesmo corpo (Efésios 4:25)
e vivam em amor, como também Cristo nos amou e se entregou por nós
como oferta e sacrifício de aroma agradável a Deus (Efésios 5:2).
Vivemos
na era da comunicação: rádio, TV, telefone, computador, internet…
E a cada dia que passa o mundo se faz menor, pois a facilidade na
comunicação divulga rapidamente comportamentos e
acontecimentos dos vários povos, reduzindo as distâncias e
aproximando as pessoas. Um episódio ocorrido em qualquer parte do
mundo corta o espaço e o tempo em segundos ou instantaneamente, via
satélite.
Porém,
é lamentável perceber que o desenvolvimento que tanto facilita a
vida moderna não foi capaz de reduzir as constantes reclamações
quanto à comunicação inter-pessoal. Na vida de cada dia, a
correria, o cansaço, a TV, os atritos, etc, roubam a possibilidade
da comunicação tão necessária ao relacionamento familiar, e,
infelizmente, as pessoas vão se tornando estranhas mesmo residindo
sob um mesmo teto. Como este problema afeta a vivência familiar?
Quais as possíveis implicações e interferências na comunicação
na família? Dizem que “roupa suja se lava em casa”. Como fazer
isto?
LIÇÕES
PRÁTICAS - Todo
mundo tem uma experiência que merece ser compartilhada com outrem”
– eis um princípio simples das relações humanas. De fato, não
somos ilhas. E precisamos nos relacionar uns com os outros. Em
Gênesis 2.18, aprende-se que Deus criou o homem e a mulher para um
compartilhar constante. Em casa, junto aos que convivem conosco, o
desafio da comunicação se reveste de um sentido bastante profundo.
Cada família tem as suas distinções e peculiaridades. Portanto,
não há fórmulas mágicas, nem receitas prontas quanto à
comunicação familiar. Ousamos, no entanto, levantar algumas idéias
para a discussão e amadurecimento deste empolgante tema que diz
respeito à comunicação familiar.
1.COMUNICAÇÃO
ABERTA - No
lar todos precisam se sentir à vontade. Cada um deve ter espaço
para compartilhar seus problemas, resolver as suas dúvidas, falar
das suas necessidades, comemorar as suas vitórias, etc, em uma
conversa aberta, sem barreiras e preconceitos. A inexistência desta
liberdade de comunicação tem obrigado muitos a extravasar as suas
necessidades com outras pessoas. E nem sempre isso acontece com
alguém devidamente preparado. Por exemplo, na adolescência, quantos
pais dedicam tempo para conversar sobre questões vocacionais,
sentimentais, sexuais, espirituais, etc. que se encontram “à flor
da pele”? Não são poucos os problemas decorrentes da ausência
desta comunicação. Há muitas e diversas necessidades que precisam
ser abertas livremente para um tratamento de todos os membros da
família que concentrarão esforços na busca de soluções.
2.COMUNICAÇÃO
HONESTA - No
texto lido, o Apóstolo menciona: “fale
cada um a verdade com o seu próximo ”oferecendo
oportuna orientação quanto à comunicação sincera, honesta,
autêntica. É lamentável constatar que muitos filhos aprendem a
mentir com os pais. E em casa, onde todos se conhecem e até
identificam o “ponto fraco” do outro, a honestidade precisa ser
levada muito a sério. Há muitas crises conjugais (e familiares) que
são geradas pela ausência de sinceridade entre os membros da
família, onde se percebe literalmente que “a mentira tem pernas
curtas”. A família precisa ter um relacionamento transparente,
onde todos se amam e praticam a verdade. E lógico que não se pode
confundir franqueza com aspereza ou intolerância. Recomenda o
Apóstolo: “a
vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para
saberdes como deveis responder a cada um” (Colossenses
4:6). Mas, ensina Jesus, seja o vosso falar SIM, SIM e NÃO, NÃO.
3.COMUNICAÇÃO
RESPEITOSA - Em
seu poder criativo, Deus imprimiu caracteres e impressões distintas
em cada pessoa. Não existem duas pessoas iguais. Podem ser gêmeos,
parecidos, semelhantes: não iguais. Isso significa que cada um tem
uma digital de personalidade que o distingue de todos os demais. E
cada um precisa ser respeitado. Responsabilidades e compromissos
domésticos exigem a participação de todos. Mas, os direitos
pessoais de cada um também precisam ser preservados. Consideração
e respeito são necessários à boa convivência. E recomendável,
por exemplo, que os membros da família se respeitem quanto à
privacidade de cada um, pois os pertences individuais compõem um
pequeno mundo bastante particular de cada pessoa; também que
todos considerem a idéia própria de cada um: “cada cabeça uma
sentença”; todos tem o direito de emitir a sua opinião e defender
a sua idéia. Portanto, é preciso saber (e aprender) a respeitar as
diferenças, evitando agressões verbais e imposições autoritárias
que ferem a individualidade de cada um. Na escola do lar, uns
aprendem com os outros e crescem juntos, em comunicação franca,
aberta, mas respeitosa (Efésios 4:29).
4.COMUNICAÇÃO
MÚTUA - Em
casa, cada um deve se interessar pelo problema do outro, dispondo-se
a ouvir, a compartilhar, sabendo concordar e discordar, visando
sempre o bem-estar de toda a família. A realidade da comunicação
doméstica se faz em ambiente de mútua confiança. Sem confiança o
lar correrá sérios riscos. Por exemplo: filhos criados por pais que
não confiam neles, crescerão inseguros; esposas que vivem
desconfiadas, tornar-se-ão neuróticas; maridos ciumentos denunciam
a sua insegurança, etc. Tudo isto tende a abalar a comunicação
familiar, que precisa acontecer com bastante confiança mútua.
Também
no lar, todos devem se dispor a ouvir. Comunicar não é apenas
falar, mas também, e, principalmente, ouvir. Muitas vezes o que
ocorre é o monólogo – apenas um fala e todos se contentam em
ouvir. Há muitos que “tem
ouvidos, mas não ouvem”. E
a Palavra de Deus apresenta vários textos que salientam a
importância do silêncio para ouvir (Provérbios 10:19; 17:27,28;
Tiago 1:19). Isto
implica em ganhar o tempo uns dos outros, cultivando um diálogo
construtivo com todas as pessoas da família. Mesmo as críticas (que
sempre devem ser construtivas) implicam em uma análise com todos os
envolvidos, de forma que cada um possa falar e ouvir. Então, é
preciso perguntar: “Quanto tempo estamos dedicando à convivência
familiar?
5.
COMUNICAÇÃO AMOROSA - O
amor é um dos principais ingredientes da comunicação. E preciso
permear cada gesto, cada palavra, cada atitude, comunicando o
verdadeiro amor. Muitas
expressões bíblicas advertem quanto ao amor em todos os nossos
relacionamentos (I Corintios 13.4-7; I João 3:18; 4:21). Também
ensinou Salomão: “a
resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira”
(Provérbios
15:1). “Não
se ponha o sol sobre a vossa ira” -
recomenda Paulo (Efésios 4:26). Ao invés de se comunicar com
dureza, rancor e ira, em todos os relacionamentos deve haver uma
comunicação de amor, que é a característica dos discípulos de
Jesus.
No
entanto, o amor não pode ser teórico; atos concretos expressam o
amor entre os familiares: carinho, afeto, abraços e beijos; tempo,
atenção, interesse, convivência, diálogo, doação, etc, são
exemplos vivos que testificam a comunicação amorosa. Certamente,
tudo o que foi dito reveste-se de diretrizes cristãs e compõe a
vida de amor e adoração. Em nossos relacionamentos podemos ou não
estar cultuando o Senhor. É recomendável salientar a importância
de se viver a vida de Cristo em nosso lar. Isto reforça a nossa
comunicação familiar. A comunicação familiar pode, e deve ser,
uma comunicação cristã. Tem sido assim em sua casa?
Deus
abençoe.
Pr.
Josias Moura de Menezes
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