Pr. Josué Gonçalves Terapeuta Familiar |
A Bíblia diz que Deus viu que o homem estava só, e fez para ele uma companheira utilizando-se de uma costela. Não foi feita a partir de um osso cabeça para comandar, e nem de osso do pé para ser pisada, mas de uma costela, que está no meio do corpo, para lhe ser igual, e de perto do coração, para ser amada. O simbolismo que envolve essa narrativa é lindo e profundo, mas que não temos tempo e nem espaço para explaná-los detalhadamente.
Cônjuges são as partes de um casal. O cônjuge do marido é a mulher, e o cônjuge da mulher é o marido. A palavra cônjuge quer dizer "debaixo do mesmo jugo". Significativo, não é mesmo? A título de curiosidade, jugos são aquelas peças de madeira ou metal e couro que são colocados sobre os animais para que puxem cargas ou carroças. Casamento é, antes de tudo, uma instituição divina. Deus instituiu o casamento, e impôs algumas bases e diretrizes. Alguns "requisitos". Os seres humanos são constituídos de três partes: corpo, alma e espírito. Um casamento é uma união entre estas três partes de duas pessoas de sexos opostos. Se não houver a união entre estas três partes, o casamento tem muito poucas chances de sobreviver ao tempo... Casamento é algo como o encaixe de duas partes de uma mesma moeda. As reentrâncias devem servir para se completar, se complementar, e não para causar brigas e desentendimentos. Num outro giro, deve haver num casamento dois elementos: sexo e amizade. Os cônjuges devem ser amigos e amantes. Não apenas amigos, mas também amantes. Não apenas amantes, mas também amigos. Num casamento deve haver sexo e amizade.
Não existem "almas gêmeas". Não existem almas que foram feitas um para o outro. Esta é uma visão poética, fantasiosa e idealista que está na visão imaginária dos apaixonados e dos cantores que vendem ilusões. Não existem casamentos perfeitos, porque não existem homens e mulheres perfeitos. Existem casamentos que vão se aperfeiçoando a cada dia, com o aperfeiçoamento dos cônjuges. Cônjuges que vão renunciando aos seus propósitos egoístas, à sua arrogância e prepotência para se dedicar ao outro. Muitas pessoas casam-se por paixão, que é um sentimento egoísta, uma vez que é causada por alguma coisa, e quando essa alguma coisa se esvai, ou perde o sentido, perde-se também a razão da paixão, e... do casamento. Na verdade muitos casamentos começam errados e continuam sendo uma sucessão de erros, o que não impede, em absoluto, que uma união como essa venha a convalescer e frutificar. Freqüentemente os futuros cônjuges se preocupam com a dúvida: "serei feliz com ele(a)?", quando o verdadeiro seria: "poderei fazê-lo(a) feliz?". Isto demonstra que querem um casamento onde sejam felizes, e não um casamento onde possam fazer alguém feliz. Isto é, queremos um companheiro, mas não queremos ser companheiros. Queremos que nossos sonhos se realizem, mas não nos preocupamos em realizar os sonhos de nossos cônjuges. Queremos, enfim, que nossos cônjuges se submetam ao nosso jugo, mas não nos preocupamos em nos submetermos ao jugo deles. Em outras palavras: queremos que nossos cônjuges nos ajudem e nos acompanhem a conseguir nossas aspirações, nossos sonhos e nossos desejos, mas não nos importamos em acompanhá-los e ajudá-los a conseguir seus sonhos, aspirações e desejos. E por aí vai...
Amar é dar maior importância à felicidade da pessoa amada do que à própria felicidade, por isto, quando nós amamos realmente alguém, nós queremos o melhor para esse alguém, mesmo quando "o melhor" não somos nós. Daí vai que quem ama realmente, mesmo que isso lhe cause um sofrimento sem tamanho, é capaz de deixar a pessoa amada ser feliz. Mesmo... que seja ao lado de outro alguém. Gostar é um termo egoísta. Nós só gostamos daquilo que nos agrada. E quando nós amamos, amamos apesar daquilo que nos desagrada. Lembre-se: a paixão procura suprir uma necessidade do apaixonado, e o amor procura suprir uma necessidade da pessoa amada. Percebe que as pessoas do mundo estão complemente equivocadas no que se refere ao amor, invertendo totalmente o sentido das coisas?
A maior e mais dura prova de amor que uma pessoa pode dar e receber é o tempo. O tempo é a maior e mais dura prova, o maior e mais duro teste que o amor pode, passar e receber. O que importa não é o quanto se ama, mas até quando amará. Se não houver amor depois que a paixão acabar, não haverá nada sólido que possa agregar ou conjugar duas pessoas de sexos opostos. O nosso grande problema é que sempre queremos e esperamos que as outras pessoas ajam e reajam como nós agiríamos e reagiríamos. Os maridos esperam que suas esposas ajam como se fossem homens. As esposas querem que seus maridos ajam como se fossem mulheres. Os pais pretendem que seus filhos ajam como se fossem adultos. E os filhos esperam que seus pais ajam e reajam como se fossem crianças. É aí que começa o conflito.
Em Amós 3:3, a Bíblia pergunta se duas pessoas andam juntas se entre elas não houver acordo. Não exatamente concordância, mas acordo. Nós podemos, muitas vezes, nos submeter a situações com as quais não concordamos. Os acordos são feitos após algumas negociações. Negociações são feitas a base de exigências e concessões. Caso haja apenas exigências ou apenas concessões, não temos uma negociação, mas sim uma adesão: é do jeito que eu quero ou nada feito. Tudo ou nada. Jesus Cristo deixou uma regra de ouro para o relacionamento interpessoal: aquilo que vós quereis que os homens vos façam, façais vós também a vós outros (Mateus 7:12). Façam aos outros o que quer que os outros lhe façam. Trate-os como quer ser tratado. Dê-lhes o que quer receber. Semeie o que deseja colher. Avançando um pouco mais, num relacionamento conjugal, os direitos que você tem são os mesmos que você concede, e as obrigações que você impõe são as mesmas que você deve observar. Trocando em miúdos: se eu posso, meu cônjuge também pode; se meu cônjuge é obrigado, eu também sou obrigado.
Não temos o direito de exigir dos outros que façam ou sejam aquilo que nós próprios não fazemos ou não somos. Muito embora muitos o façam. Nós criamos os nossos próprios infernos quando criamos o inferno das pessoas que estão conosco. Seja uma benção na vida de teu irmão e não uma maldição, faça com que as pessoas se agradem de sua presença, e não que a detestem. Um outro elemento a que gostaria de fazer especial referência é em relação ao perdão. Queremos ser perdoados de nossas atitudes erradas, ríspidas, e de nossas intolerâncias. Mas nos recusamos a perdoar as atitudes erradas, ríspidas e intolerância de outras pessoas. Principalmente as de nossa própria família. Como podemos cumprir o mandamento de Jesus Cristo de amar nossos inimigos, se somos incapazes, muitas vezes, de perdoar aqueles a quem proclamamos amar?
Sem nos darmos conta, continuamente estamos a exigir que nossos pares aceitem nossos defeitos, nossas mazelas e nossos erros (sempre tem uma justificativa e uma explicação). Mas nos recusamos terminantemente a aceitar os defeitos, mazelas e erros e nossos pares. Jamais vamos conseguir ser felizes sozinhos. A nossa felicidade consiste em fazer com que as pessoas que convivem conosco sejam felizes. Ame seu próximo, como deseja ser amado. Lute pela felicidade das pessoas que você crê amar. Assim fazendo estará cumprindo a Lei e os profetas. Fica difícil falarmos sobre amigos nesta época de superficialidades, futilidades e individualismo... mas... vamos lá. Normalmente, as idéias que temos sobre a amizade são aquelas transmitidas pelos poetas. Tipo: amizade é quase amor. Não é objeto da presente dissecar ou detalhar a amizade, mas traçar um paralelo entre a amizade dentro e fora do relacionamento conjugal.
Primeiro, não tratamos nossos amigos como capachos. Não os humilhamos, não os rebaixamos, não os achincalhamos, não os expomos ao ridículo nem os exploramos. Não os tratamos como serviçais incompetentes e nem como empregados preguiçosos. Se você trata seu cônjuge como um capacho, como um serviçal incompetente, como empregado preguiçoso, se você o humilha, o rebaixa, o explora, o achincalha ou o expõe ao ridículo, você não é amigo dele...
Não temos o direito de exigir dos outros que façam ou sejam aquilo que nós próprios não fazemos ou não somos. Muito embora muitos o façam. Nós criamos os nossos próprios infernos quando criamos o inferno das pessoas que estão conosco. Seja uma benção na vida de teu irmão e não uma maldição, faça com que as pessoas se agradem de sua presença, e não que a detestem. Um outro elemento a que gostaria de fazer especial referência é em relação ao perdão. Queremos ser perdoados de nossas atitudes erradas, ríspidas, e de nossas intolerâncias. Mas nos recusamos a perdoar as atitudes erradas, ríspidas e intolerância de outras pessoas. Principalmente as de nossa própria família. Como podemos cumprir o mandamento de Jesus Cristo de amar nossos inimigos, se somos incapazes, muitas vezes, de perdoar aqueles a quem proclamamos amar?
Sem nos darmos conta, continuamente estamos a exigir que nossos pares aceitem nossos defeitos, nossas mazelas e nossos erros (sempre tem uma justificativa e uma explicação). Mas nos recusamos terminantemente a aceitar os defeitos, mazelas e erros e nossos pares. Jamais vamos conseguir ser felizes sozinhos. A nossa felicidade consiste em fazer com que as pessoas que convivem conosco sejam felizes. Ame seu próximo, como deseja ser amado. Lute pela felicidade das pessoas que você crê amar. Assim fazendo estará cumprindo a Lei e os profetas. Fica difícil falarmos sobre amigos nesta época de superficialidades, futilidades e individualismo... mas... vamos lá. Normalmente, as idéias que temos sobre a amizade são aquelas transmitidas pelos poetas. Tipo: amizade é quase amor. Não é objeto da presente dissecar ou detalhar a amizade, mas traçar um paralelo entre a amizade dentro e fora do relacionamento conjugal.
Primeiro, não tratamos nossos amigos como capachos. Não os humilhamos, não os rebaixamos, não os achincalhamos, não os expomos ao ridículo nem os exploramos. Não os tratamos como serviçais incompetentes e nem como empregados preguiçosos. Se você trata seu cônjuge como um capacho, como um serviçal incompetente, como empregado preguiçoso, se você o humilha, o rebaixa, o explora, o achincalha ou o expõe ao ridículo, você não é amigo dele...
Em segundo lugar, nós conversamos com nossos amigos, trocamos confidências, tiramos dúvidas, pedimos opiniões, respeitamos pontos de vista, damos e ouvimos conselhos. Se você não conversa com seu cônjuge, não troca confidências, não tira dúvida não pede opiniões, não respeita seu ponto de vista, não dá nem ouve conselhos, ele não é seu amigo.
Em terceiro lugar, você não agride seus amigos, não ofende, não xinga, não é áspero, ríspido, e nem espinhoso. Se você agride seu cônjuge, ofende-o, xinga-o, é áspero e ríspido ou espinhoso, não está sendo seu amigo.
Em quarto lugar, você não tem medo de ser manipulado, manobrado, explorado, chantageado ou extorquido pelos seus amigos. E por isso, pode reconhecer os erros e pedir perdão. No mínimo, desculpas. Se você tem medo de ser manipulado, explorado, manobrado, chantageado ou extorquido pelo seu cônjuge, e por isso não pede desculpas e nem perdão pelos erros e faltas que comete, então ele não é seu amigo.
A lista de comparativos é longa, extensa. Penso que nestes itens pude listar as principais características da amizade que devem estar presentes no relacionamento conjugal. Bom... deixei um item de fora: confiança. Nenhum destes elementos existe numa amizade se não existir confiança. Não existe amizade entre pessoas que não confiam uma na outra. Você pode confiar em seu cônjuge? Seu cônjuge pode confiar em você? A gravidade da resposta revela a gravidade da pergunta. Se seu cônjuge se apaixonar por outra pessoa, ou sentir uma atração homossexual, ele pode confiar a você este segredo? E se ele o fizer, você vai ajudá-lo ou apedrejá-lo? Com certeza vai se sentir traído, roubado, injustiçado, num primeiro momento. Mas e depois? Qual seria a tua reação se teu cônjuge te confessasse que não está satisfeito com teu desempenho sexual? Nós ajudamos nossos amigos, procuramos compreendê-los, entendê-los, apoiá-los... Se não houver amizade no relacionamento conjugal, ele está fadado ao fracasso... Sabe, nós nos afastamos dos amigos que nos tratam com leviandade, aspereza, interesse, ou qualquer outro fator negativo. Mas quanto aos cônjuges, o afastamento não é assim tão simples por causa dos "eternos laços do matrimônio". Isto faz com que sejamos um pouco (um pouco???) desleixados quanto a estes, e nos permitimos a alguns (alguns???) excessos...
Você já percebeu que nós evitamos fazer um monte de coisas aos nossos amigos? Mas não temos o mesmo cuidado quando se trata de nossos cônjuges? Isto é, nós tratamos melhor nossos amigos do que aos nossos cônjuges. E por isso, nós damos mais ouvidos aos nossos amigos do que aos nossos cônjuges. Nossos cônjuges não são nossos amigos... Uma pena. O que eu vejo em muitos relacionamentos é uma relação de poder, uma relação de domínio e exploração... Fazendo com que uma situação irônica e trágica ocorra: duas pessoas unidas pelos laços do matrimônio, carentes de carinho, de amor, de ternura, de consolo, mas que não são capazes de amar um ao outro. Uma tem o que a outra necessita, e necessita do que a outra tem, mas existe um abismo entre elas que torna impossível olharem-se nos olhos, mesmo que estejam tão próximas que possam se tocar... Espero que não seja o teu caso, amado leitor. Quero finalizar com uma pergunta seca e direta: você é amigo de teu cônjuge?
Falar sobre amizade no relacionamento conjugal foi mais complicado. Falar sobre relacionamento sexual, depois de tudo, é um pouco menos complicado. No título acima, o termo "amante" não significa "pessoa que mantém um amor", tipo "ó amante de minh´alma, tu és tudo para mim". É amante no sentido de pessoa que mantém um relacionamento sexual, que tem um parceiro sexual. Rubem Alves, em seu livro "O que é religião" (Editora Brasiliense, Coleção Primeiros Passos), fala da reificação das pessoas. Res em latim significa coisa. Daí a palavra res+publica = a coisa do povo. Reificação de pessoas é a sua coisificação. As pessoas perdem alma, sentimentos, emoções, sonhos, aspirações... identidade... passam a ser apenas rostos, pernas, seios, bumbuns, tórax, bíceps e tríceps... objetos. Objetos dos desejos.
Recentemente eu vi uma propaganda da revista masculina playboy nas bancas. Era uma mulher nua, com os dizeres: "Garçom, me traz uma dessas". Que dizer, o sujeito pede uma mulher do mesmo modo que pede uma cerveja ou um petisco, um prato de comida. Não está preocupado pode tornar aquela mulher feliz, se pode satisfazer suas necessidades, ajudá-la a alcançar seus objetivos e resolver seus problemas, vencer seus fantasmas. Está preocupado apenas e tão-somente em satisfazer seus desejos mórbidos, descarregar suas energias eróticas, fruir e usufruir daquela mulher. Usá-la e satisfazer-se com ela. Diversão. Apenas isso. As mulheres, por outro lado, não estão em melhor condição quando suspiram por um homem e deixam escapar: "que pedaço de mau caminho..." Não estão igualmente preocupadas se podem tornar aquele homem feliz, satisfazer suas necessidades, ajudá-lo a resolver seus problemas. Estão igualmente preocupadas em satisfazer seus desejos mórbidos, descarregar suas energias eróticas, fruir e usufruir daquele homem. Usá-lo e satisfazer-se com ele. Para ambos, nestes casos, se preocupam apenas com o prazer que podem obter e não no prazer que podem proporcionar. Para as mulheres mais românticas (a maioria absoluta), o sonho pode ser um marido ideal, perfeito. Um homem robusto, forte, firme, corajoso, fiel, delicado, dedicado, solícito, carinhoso, rico, humilde, um atleta sexual, preocupado com sua silhueta (leia-se "barriga"), que a defenda contra tudo e contra todos, especialmente quando está errada. Com tudo isto, nem precisa ser bonito. Se for, melhor ainda. Aliás, as mulheres tendem pensar que podem mudar a personalidade de um homem. Que depois do casamento, conseguirão transformar o mais vagabundo dos mulherengos em tudo isto que foi colocado aí em cima... Partindo-se do princípio de que amar é dar maior importância à felicidade da pessoa amada do que à própria felicidade, os amantes (parceiros na relação sexual) devem se preocupar mais com dar e proporcionar prazer do que desfrutar dele. E isto deve ser um propósito recíproco: ambos devem pensar e agir assim.
E aqui vai um alerta importante: uma grande parte das mulheres (inclusive dentro das igrejas) mente. Finge que está tendo e usufruindo de um prazer que não existe, somente para não magoar ou não perder o marido. Maiores detalhes somente pessoalmente. Aí pode ser que você me pergunte como é que eu sei de tudo isto. Porque há padrões de comportamento. A maioria dos seres humanos age tal e qual a maioria dos seres humanos age. E nós formulamos nossas teorias, nossas teses e nossas leis, de acordo com a maioria, e não de acordo com as exceções. O que eu digo aqui não pode e nem deve ser tomado como algo absoluto, uma regra imutável, mas como uma referência, uma linha de raciocínio. Amantes que não são amigos agem tal e qual homens e mulheres que se prostituem, e homens e mulheres que procuram esses outros que se prostituem: de um lado, interessados apenas no prazer que podem obter, na satisfação dos próprios desejos. De outro, fingem que estão tendo prazer, e se preocupam em proporcionar prazer para criar uma dependência, um vínculo que os faça serem procurados uma próxima vez. Infelizmente, muito embora não existam estatísticas, temo que uma boa parte (leia: a maioria) dos casais do mundo, inclusive dentro de nossas igrejas, são apenas amantes, mas não amigos. Às vezes... nem isso. Os amantes devem ter entre si um relacionamento sexual sadio, saudável, frutífero e... prazeroso. Se assim não for, não são amantes. Estão se prostituindo, se sujeitando a um relacionamento sexual para não perder o casamento, e não por prazer. Para fechar o presente, somente uma pergunta cuja resposta, mais uma vez, revela a gravidade da pergunta: você tem um relacionamento sadio, saudável, frutífero e prazeroso com seu cônjuge?
Takayoshi Katagiri - katagiri@nutecnet.com.br – JesusSite
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