É
comum que um casal de namorados concorde com qualquer conceito que
favorece o relacionamento deles. Mas, se algo dificulta usufruir do
grande amor que um tem pelo outro, então isso não é bem-vindo,
mesmo que venha da Bíblia e de Deus. Os apaixonados são cúmplices,
se entendem muito bem e acham que ninguém é capaz de compreender a
dimensão do amor que têm.
Alguns
casais acham que ter relações sexuais no namoro, é um meio de se
conhecerem melhor e provarem o amor mútuo, mesmo que esse seja um
argumento simplista demais. Pelo fato de namorarem a alguns meses,
acham que “se conhecem muito bem”. Muitos quando começam o
namoro, não concordam com isso, mas, como “o amor é cego”, com
o tempo esse pensamento cai por terra. Os anticoncepcionais facilitam
essa prática.
Quando
o casal está de acordo, essa aventura se concretiza facilmente.
Porém, o que muitos não sabem é que na hora mais esperada as
coisas não acontecem como imaginadas. A falta de experiência, o
sentimento de culpa, o medo de serem descobertos e a necessidade de
manterem o fato escondido, se torna um tormento e não um prazer. Sem
falar na possibilidade de uma gravidez indesejada e possíveis
doenças sexualmente transmissíveis. E aí, aquilo que poderia ser
um prazer, pode se tornar um terror que poderá permanecer por toda a
vida, pois a consciência é a única namorada da qual jamais
poderemos nos livrar. Quanto à falta de experiência, ninguém
precisa treinar para isso, ela acontece naturalmente no casamento. Os
órgãos genitais não se atrofiam e facilmente se ajustam, pois são
feitos de músculos.
A
chamada “prova de amor” com o sexo antes do casamento, é
exatamente falta de amor. A Bíblia diz que “o amor não pratica o
mal contra o próximo” (Romanos 13:10). E o sexo no namoro é um
mal a si e ao próximo, pelas razões já citadas e tantas outras. A
desconfiança paira na relação. Se ele e ela não foram capazes de
esperar até o casamento, poderão suportar um caso dentro casamento?
Se não foram capazes de dizer “não” antes do casamento, qual
será a resistência para não dizerem um outro “sim” fora do
casamento? Que modelo darão aos filhos ao ensinarem os bons
princípios de conduta nessa área? É claro que Deus perdoa esse
pecado, mas a cicatriz fica.
A
intimidade do casal deve ser no coração, não nos órgãos genitais
com carícias e relações sexuais. Um casal de namorados que não
desenvolve uma verdadeira amizade, se torna mais vulnerável, mesmo
depois do casamento. O calor da paixão na adolescência é pouco
consistente como prova para os anos seguintes. Essa é uma fase de
mudanças rápidas no corpo e nas emoções. Sabe-se que um
adolescente pode se apaixonar em média até cinco vezes antes de
completar vinte anos. Cada um deve se guardar para aquela pessoa com
a qual se viverá por toda a vida depois do casamento.
Volto
a citar os anticoncepcionais, para dizer que eles não fazem bem para
uma menina adolescente. Por impedir a ovulação, eles alteram o
ciclo menstrual, podendo até provocar esterilidade. Se o uso de
pílulas acontecer por muito tempo, a moça poderá ter sua
menstruação completamente interrompida, exigindo um complexo
tratamento posterior. Em nome do amor paixão, não compensa abusar
do próprio corpo com pílulas e práticas sexuais com uma pessoa que
você não tem aliança com ela. A satisfação de alguns minutos não
podem superar a tortura de dias, meses e anos pela frente. Por mais
que se queira negar, é impossível viver em paz no pecado.
As
implicações das intimidades físicas no namoro são muito
abrangentes. Os pais não concordam e sofrem com elas na vida de seus
filhos. Que amor é esse que provoca lágrimas quentes no rosto de
uma mãe e de um pai com uma filha que perdeu a virgindade com o
namorado, ou com uma gravidez inesperada? Que pai ou mãe se orgulha
de ter um filho com fama de garanhão? Quem gostaria de conviver com
lembranças indesejadas quando na cama com seu cônjuge e lembrar de
outras relações sexuais com uma pessoa que faz parte do passado?
Enquanto
escrevo esta página, estou completando 29 anos de namoro com minha
esposa. Ela foi minha primeira namorada e eu fui seu primeiro
namorado. Éramos adolescentes quando começamos o namoro, sem
experiências e muitas instruções, mas Deus nos preservou
maravilhosamente com sua graça. Eu tenho dito que não temeria
mostrar literalmente o filme de nosso namoro para ninguém. É
verdade que tivemos nossos momentos quentes de emoções fortes, mas
nada que nos comprometesse à luz dos padrões de Deus revelados em
sua Palavra, a Bíblia. O que nos ajudou a ter um namoro positivo,
foi o nosso compromisso com Deus e o seu Reino. Sempre fomos
envolvidos com a obra do Senhor, líamos a Bíblia e orávamos
juntos. Isso certamente fez a diferença.
Estou
escrevendo sobre a intimidade dos namorados, mas não posso deixar de
mencionar a importância da intimidade dos pais com seus filhos. Não
tenho dúvidas em afirmar que muitos namoros indecorosos são
reflexos de filhos carentes de afeto e amor por parte de seus pais.
Todos nós temos uma espécie de balão emocional. Os pais são os
primeiros responsáveis em manter esse balão cheio na vida de seus
filhos. Isso acontece na vida comum do lar, com palavras, ações e
reações. Quando a criança cresce e chega à adolescência com esse
balão vazio, ela se torna presa fácil em uma paquera e pouco se faz
necessário para ela se entregar incondicionalmente a alguém, devido
o vazio que precisa ser preenchido. Antes de qualquer outra coisa, o
jovem quer amizade, afeto, respeito, carinho. Quando ele tem isso,
muitas vezes não acontece a intimidade física no namoro. Ela é
reservada para o casamento.
A
intimidade física no namoro não compensa. O que é feito em nome do
amor, tantas vezes acaba com a auto-estima. Muitas moças engordam
muito na adolescência com o uso de anticoncepcionais. Isso sem falar
em muitos gastos na tentativa de superar as conseqüências de uma
decisão sem sabedoria. Ninguém terá uma vida sexual saudável fora
do casamento. Deus estabeleceu isso e ninguém será capaz de mudar.
Quando tentamos quebrar as leis, na verdade estamos quebrando a nós
mesmos.
Acima
de tudo, a intimidade do casal deve ser com Deus. A Bíblia diz: “O
SENHOR confia os seus segredos aos que o temem, e os leva a conhecer
a sua aliança” (Sl 25.14). E mais: “Deleite-se no SENHOR, e ele
atenderá aos desejos do seu coração. Entregue o seu caminho ao
SENHOR; confie nele, e ele agirá” (Salmos 37:4-5). Deus deve ser o
centro de um namoro abençoado. Se ele for colocado em primeiro
lugar, o casal terá toda a direção, sabedoria e equilíbrio para
lidar bem com todas as situações.
O
prazer da comunhão com Deus nunca pode ser subestimado pelo prazer
da intimidade no namoro. Se assim for feito não será Deus que
atenderá os desejos do nosso coração, mas nós mesmos satisfazendo
os desejos carnais, egoístas e contrários à vontade de Deus, o que
só trará tristezas, mesmo que precedidas de efêmeras alegrias.
Quem tem intimidade com Deus, tem intimidade certa, na hora certa,
com a pessoa certa devidamente. Não devemos nos amoldar ao padrão
de namoro deste mundo, mas nos mantermos firmes na Palavra de Deus,
renovando a mente com tudo o que for verdadeiro, nobre, correto,
puro, amável, de boa fama, e tudo o mais que for excelente e digno
de louvor (Romanos 12:2; Filipenses 4:8).
Que
Deus nos abençoe
Antônio Francisco
Antônio Francisco
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