O
PIOR DE TODOS OS PECADOS. “saiba qual é, de que maneira se
manifesta e como vencê-lo”.
“A
soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda”
(Provérbios 16:18).
Introdução:
Por
que falar sobre o pecado? Não seria melhor falar uma mensagem de
conforto em vez de uma mensagem de confronto? Não seríamos mais
aceitos se exaltássemos as virtudes das pessoas ao invés de
condenarmos os seus vícios? Prefiro deixar de ser bem- sucedido em
meu ministério para poder ser bem-aventurado nele!
A
primeira razão para falarmos sobre o pecado é porque apesar
dele nos dar prazer, nunca nos dará alegria – o pecado nos garante
muito prazer e pouca satisfação e no final nos deixa sem nenhum
prazer e com uma imensa angústia, afinal não há como comer o fruto
de dois sabores sem ter indigestão! (Gênesis 3).
A
segunda razão é para que entendamos que mais que uma mudança
de comportamento, precisamos de uma mudança de coração – nosso
problema não está no que fazemos, mas no que somos! O
coração do problema é o problema do coração! Não são nossas
ações o problema, mas nossas intenções!
A
terceira razão é para que aprendamos que não basta evitar o
mal, é preciso detestar o mal – repudiamos o fruto, mas regamos as
sementes! Abominamos o adultério, mas agasalhamos pensamentos
impuros em nossa mente! Enquanto não amarmos o que Deus ama, jamais
odiaremos o que Ele odeia!
A
quarta razão é para que entendamos que é melhor confessarmos
nossas inclinações do que nossas transgressões – é melhor que
com que esse estudo as escamas dos nossos olhos caiam e vejamos o
quanto somos pecadores, antes de nós mesmos cairmos e os outros
verem o quanto fomos pecaminosos! É melhor remover sementes do que
arrancar árvores!
A
quinta razão é para que deixemos de ser um juiz severo com os
outros e um advogado tolerante conosco – lembram-se de João 8 e o
episódio da mulher adúltera? Pois é, naquela ocasião os
acusadores voltaram acusados e a acusada voltou perdoada! Chega de
ver o cisco no olho do outro e permanecer cego para com a trave em
nossa vista! Não precisamos de um autoexame, mas sim de um exame
do Alto! Com o autoexame corremos o risco de não enxergar o quão
pecadores somos e consequentemente nos tornemos complacentes ou em
vendo isso, entremos em desespero. Somente com a luz divina podemos
dissipar as sombras e as trevas em nosso coração!
Achei
por bem começar com os sete pecados capitais, cuja lista não se
encontra na Bíblia, embora todos os sete pecados sejam citados e
condenados nela, mas que de certa forma é um bom ponto de partida
para entendermos o que somos para só então chegarmos a desejar quem
precisamos ser.
Há várias outras listas de pecados na Bíblia, contendo muito mais do que sete pecados, e elas nunca tiverem a pretensão de serem exaustivas, mas servem como alerta para aqueles que buscam mais do que serem boas pessoas, porque querem ser novas criaturas! (veja algumas dessas listas em Provérbios 6:16, Gálatas 5:19, I Coríntios 6:10 e Apocalipse 21:8).
A
lista com os sete pecados capitais foi criada na Idade Média por
monges eremitas que em seu estudo sobre as tentações que assediam a
natureza humana, concluíram que haviam pecados que geravam outros
pecados, que de certa forma eram maiores até que os outros pecados
(daí a palavra capital, que significa governo, cabeça etc).
Começaremos com o pior de todos os pecados – o orgulho! Analisando o que é, porque ele é o pior de todos, de que maneira ele se manifesta e como podemos vencê-lo.
I.
O QUE É O ORGULHO
–
lembre-se que no que se
refere ao pecado não é tão importante saber o que ele é, mas sim
o que ele é capaz de fazer! A Bíblia nunca se ocupou em tentar
definir o que é pecado, mas ela é pródiga em mostrar o que ele
faz, pois ele simplesmente é capaz de nos separar de Deus! (Isaías
59:2).
“Se
eu tivesse apenas um sermão para pregar, seria um sermão contra a
soberba”
(G. K. Chesterton).
(G. K. Chesterton).
1.
O orgulho não é o mesmo que vaidade – a vaidade é uma variação
do orgulho, sua versão menor, mas não menos perigoso. O orgulhoso
ignora a opinião dos outros acerca de si mesmo por estar convicto de
sua superioridade, já o vaidoso precisa muito da opinião alheia
para se sentir seguro acerca de si mesmo. A vaidade é o principio da
corrupção, já orgulho é a própria corrupção em seu estado
último. O vaidoso se centra no que os outros pensam acerca dele, já
o orgulhoso se concentra no que ele pensa acerca de si mesmo!
2.
O orgulho não é o desejo de ter mais, mas o desejo de
ser mais – a avareza é o desejo de ter mais que os outros, mas o
orgulho é o desejo de ser mais que os outros! O orgulhoso é por
natureza competidor! Ele não se importa em ser o primeiro, basta que
seja o penúltimo, isto é, o que importa não é tanto quem está
acima dele, desde que haja alguém abaixo dele!
3.
O orgulho não é apenas uma admiração desmedida por si mesmo, mas
também pode se manifestar numa forte depreciação acerca de si –
existem pessoas tão orgulhosas que chegam ao ponto de se desprezarem
por não serem tudo aquilo que gostariam de ser. Tem gente que se ama
tanto, que chega a se odiar por não conseguir ser tudo o que almeja!
Essa é a pior forma de manifestação do pior tipo de pecado!
4.
O orgulho é transformar dádivas em conquistas – tudo o que somos,
fazemos e temos vem do Pai das luzes e nunca foram produzidos por nós
mesmos! Tudo que você tem, com exceção do pecado , foi dado por
Deus por pura graça e nunca por algum mérito que você pudesse ter!
II.
PORQUE O ORGULHO É O PIOR DE TODOS OS PECADOS
Se
orgulho foi capaz de transformar um anjo de luz no príncipe das
trevas e o maior dos reis num jumento, o que ele não é capaz de
fazer com pessoas como nós?
“O
orgulho consiste em ocultar o quanto pensamos em nós mesmos e o
quão
pouco pensamos nos outros” (Mark Twain).
pouco pensamos nos outros” (Mark Twain).
1.
É pior de todos os pecados porque é um vício que pode se confundir
com as melhores virtudes – o orgulho pode ser confundido com honra,
auto-estima, personalidade forte, dignidade própria, brio etc.
Quanto melhor um pecado se disfarça, pior o estrago que ele provoca!
2.
É pior de todos os pecados porque além de corromper outras
virtudes, ele também é capaz de inflamar outros vícios – o
orgulho é capaz de transformar a virtude da coragem em simples
atrevimento, a virtude da humildade em falsa modéstia, a virtude da
perseverança em teimosia. Também agrava outros vícios, fazendo com
que avarentos se tornem também roubadores, irascíveis se tornem
assassinos etc.
3.
É pior de todos os pecados porque é usado pelo Diabo para vencer
vícios menores – muitas vezes evitamos um pecado ou abandonamos um
pecado, não por uma virtude, mas por esse que é o pior dos vícios.
Deixamos de pecar, não porque tememos a Deus, mas porque tememos ser
envergonhados. Não pecamos porque não queremos ser expostos ao
ridículo e não porque não queremos ofender a Deus. O diabo fica
feliz quando ele cura um resfriado nos dando como remédio um câncer!
4.
É pior de todos os pecados porque nos impede de cumprir o maior
de todos os mandamentos – como podemos amar a Deus acima de todas
as coisas se nos ocupamos em nos amar acima de qualquer coisa! Como
podemos amar o próximo se o vemos como um inimigo com o qual
competimos para alcançar algo, uma coisa a qual usamos para alcançar
algo ou um nada que não pode nos dar algo!
III.
DE QUE MANEIRA O ORGULHO SE MANIFESTA
O
fato do orgulho estar oculto, não significa que ele está ausente!
“Quanto
mais detestamos o orgulho nos outros, mas o temos em nós mesmos”
(C. S. Lewis).
1.
O orgulho se manifesta não na maneira como tratamos os que estão ao
nosso lado, mas em como tratamos os que estão abaixo de nós –
pense em como você tem tratado aqueles que pensam diferente de você,
possuem menos recursos que você, não estão dotados do mesmo
conhecimento que o seu. Você os trata com compaixão ou desprezo? Os
eleva acima de você ou os mantém abaixo de você?
2.
O orgulho se manifesta não apenas quando recebemos elogios, mas
também quando outros recebem elogios – Certa vez quando foram
elogiar Spurgeon sobre sua excelente mensagem, ele respondeu dizendo
que o Diabo já o tinha elogiado antes de descer do púlpito! Mas,
não é só quando somos elogiados que o orgulho se manifesta ou
desperta em nós, ele também costuma surgir quando vemos outros
sendo elogiados. Lembram-se de Saul quando ouviu a cantiga que dizia
que se ele havia matado milhares, Davi havia matado dez milhares?
Pois é, naquela ocasião o orgulho se manifestou na forma de inveja!
3.
O orgulho se manifesta não só quando todos concordam com o que
dissemos, mas também quando alguns contrariam o que dissemos – em
geral quando dizemos algumas coisas coerentes e as pessoas passam a
concordar com a gente ao ponto de nem pensarem mais no que falamos,
desde que tenha a nossa assinatura, podemos nos tornar orgulhosos.
Porém, a pior forma de orgulho se mostra quando alguns nos
contrariam, discordam do que argumentamos, e pior quando nos mostram
que estávamos errados! Como o orgulhoso tem dificuldade em admitir
erros, ele se manifesta quando contrariado na forma de ira! Quando se
acabam os argumentos numa conversa, se começa o orgulho numa
discussão!
4.
O orgulho se manifesta não quando não conseguimos ser humildes, mas
quando tomamos consciência de que temos sido humildes – por
incrível que pareça o orgulho surge na hora em que tomamos
conhecimento de que temos sido humildes, portanto não deixe que seus
olhos saibam o que suas mãos tem feito de bom. Podemos se orgulhar
de sermos humildes!
IV.
COMO VENCER O ORGULHO
Um
bom começo para vencer o orgulho é admitir que temos sido
orgulhosos, pois a pessoa que até agora não assumiu que é
orgulhosa, essa é sem dúvida a mais orgulhosa de todas! Agradeça a
Deus por suas fraquezas, imperfeições, faltas e dificuldades, pois
eles são mensageiros de Satanás esbofeteando você para mantê-lo
humilde!
“Deus
criou tudo do nada, e tudo o que Deus usa, primeiro Ele reduz a nada”
(Soren Kierkegaard).
1.
Vencemos o orgulho quando não esquecemos de quem fomos para não
deixar de ser quem somos – esquecemos de que um dia fomos pecadores
miseráveis, destituídos da glória de Deus! Lembre-se que todo
santo teve um passado do qual se envergonhar, e todo pecador tem um
futuro no qual se gloriar! Vejam Pedro! Ele era Simão, mas Jesus o
tornou Pedro, mas no dia em que ele se esqueceu de que havia sido um
Simão, ele deixou de ser Pedro!. Jesus quando o viu pela primeira
vez o chamou de Pedro, e o chamou de Pedro desde então até o dia em
que ele começou a se engrandecer perante os outros apóstolos,
dizendo que era capaz de morrer por Jesus, nessa ocasião Jesus não
o chama de Pedro, mas de Simão, para tentar relembrá-lo de quem ele
havia sido, pois ele corria o risco de deixar de ser quem ele havia
se tornado. O resto da história vocês já sabem … (Lucas 22:31).
2.
Vencemos o orgulho quando o nosso rosto brilha e ao invés de um
espelho, usamos um véu – vocês se recordam do dia em que o rosto
de Moisés brilhou? Ele fez o que? Usou um espelho para ficar
contemplando sua cara de holofote? Não, ele usou um véu para não
chamar a atenção para si! (Êxodo 34:29-35).
3.
Vencemos o orgulho quando paramos de nos comparar com os publicanos e
passamos a nos comparar com Jesus – somos como fariseu na parábola
de Lucas 18, olhamos somente para os publicanos quem estão abaixo de
nós e nunca para Aquele que está acima de todos nós! Não basta
dizer que não somos tão ruins quanto os publicanos, pois a questão
é que nunca seremos tão bons quanto Jesus! Ao olharmos para Ele,
caímos sobre o nosso rosto, pois além de ver o quanto Ele é santo,
vemos o quanto somos pecadores! Adoração é a resposta para o
pecado do orgulho, pois na adoração nasce em nós a virtude da
humildade! Não deixe que aquilo que você tem o distraia daquilo que
lhe falta! Vejam o exemplo de Paulo, ele começa se considerando o
menor dos apóstolos (I Coríntios 15:9), depois passa a se considerá
o menor de todos os santos (Efésios 3:8) e chega ao fim da vida se
considerando o principal dos pecadores (I Timóteo 1:15). Isso sim é
humildade, considerar os outros superiores a si mesmo!
4.
Vencemos o orgulho não quando pensamos menos de nós mesmos, mas
quando pensamos menos em nós mesmos – humildade não é pensar
menos de si mesmo, isso é complexo de inferioridade e não humildade
. Humildade é pensar menos em si mesmo e mais em Deus e nos outros.
A humildade é uma virtude discreta, quase secreta! Humildade, como
já disse alguém, é como roupa íntima, é absolutamente essencial,
mas quando aparece é indecente!
CONCLUSÃO
Esse
foi o primeiro dos sete pecados capitais, nas próximas ocasiões
estudaremos sobre a inveja, a ira, a luxúria, a gula, a avareza e a
preguiça.
Para
refletir – “Você não precisa ser o pior dos pecadores para
cometer o pior de todos os pecados!”
Anderson
Zem
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