Hoje invoco os céus e a terra como testemunhas contra vocês, de que coloquei diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição. Agora escolham a vida, para que vocês e os seus filhos vivam, (Deuteronômio 30:19) Se, porém, não lhes agrada servir ao Senhor, escolham hoje a quem irão servir, se aos deuses que os seus antepassados serviram além do Eufrates, ou aos deuses dos amorreus, em cuja terra vocês estão vivendo. Mas, eu e a minha família serviremos ao Senhor". (Josué 24:15)
Fazer escolhas é dolorido. Temos medo de errar, temos receio de sofrer, temos medo de escolher o ruim e desprezar o bom. Escolher, em suma, é um misto de arte, dor, superação e aprendizado. Quero compartilhar, com você, meu caro(a) leitor(a), novo ou velho, recente ou antigo, coisas para lhe fazerem pensar, enquanto eu mesmo penso nessas coisas que nos fazem pender entre, no mínimo, 2 alternativas.
Quando penso em escolhas, fico… penso, pendendo de um lado para outro, tal qual o pêndulo de um grande relógio de parede, a princípio sem saber o que escolher. Uma hora inclino-me a isto, outra hora a aquilo. Escolher dói, sempre dói. Quando a escolha não dói na entrada, doerá na saída. E digo: é melhor doer antes, porque é muito mais suportável, do que depois. A dor do depois, depois que a escolha já foi feita é quase insuportável e irreversível. Escolher bem, eis a decisão que temos diante de nós. Pergunto: como escolher bem? Respondo: não sei, só sei que é assim, vou escolhendo. Outras vezes, vou sendo escolhido. Vou vivendo nesta vida cheia de escolhas, cheia de opções, onde desconhecemos o futuro de nossas escolhas, e só conhecemos o presente daquilo que escolhemos. Não se preocupe, estava apenas divagando, enquanto escolhia as palavras “certas” a lhe dizer… mas, não sei se fiz uma boa escolha. Quem dirá? Talvez, você. Mas, retornemos à realidade, à dura e crua realidade, a das escolhas que fazemos. Aliás, por que e como você chegou aqui? Por que escolheu ler este artigo em uma relação? Por que o título lhe chamou a atenção? Por quê, hein? Escolhas, estamos fazendo isso todos os dias, e o dia todo… Eu escolho o que escrevo, você escolhe o que lê, escolhemos o que vemos, como vivemos, o que fazemos, e alguns escolhem até como querem morrer. Outros, escolhem viver. Eu, por outro lado, escolho não apenas viver, mas lutar e, quem sabe, vencer. Eu me dou o direito de escolher. Eu escolho poder escolher. Desculpe, divaguei novamente. Vou tentar ser mais realista e prático, a partir de agora. O que me motivou a escrever este post foi, confesso, ver tantas pessoas fazendo escolhas erradas. Muitas dessas, conheci, conheço e admiro ou amo. Suas escolhas desastradas me chocaram ou, pelo menos, as consequências dessas escolhas mal-feitas. Talvez porque me façam lembrar minhas próprias escolhas ruins. Ver quem você ama ou admira sofrer é uma forma de sofrer na pele dos outros, ou sofrer na própria pele os problemas dos outros.
Mas, enfim, como mitigar, pelo menos ao nível do suportável, a dura tarefa de fazer escolhas? Vou utilizar alguns dados de minha própria experiência, complementado por experiências alheias, próximas ou distantes, para tentar lhe dar alguma luz nesse tenebroso túnel que é decidir entre difíceis escolhas. Talvez, se eu tivesse lido “A escolha de Sofia“, o post poderia ser mais rico, ou talvez eu apenas dissesse “vá ler o livro A escolha de Sofia”, e pronto! Mas, não, mesmo não tendo o livro, vou me arriscar a dizer-lhe algo útil, assim espero. Embora não me considere um expert em decisões acertadas, já enfrentei muitas provas nesta vida, sendo muitas delas travadas no campo de batalha “papirístico” (passe o mouse em cima), onde minha espada era uma simples caneta ‘bic‘. Não obstante não ter havido derramamento de sangue, essas batalhas me renderam as cicatrizes mais dolorosas e profundas que uma decepção pode trazer. Hoje, não doem mais, são apenas marcas de um passado que ficou para trás, mas que me trouxe, também, muitas vitórias.Vamos ao que interessa.
1. Escolher é um meio, não um fim em si mesmo
O processo de escolha tem algo a lhe ensinar, e você vai aprendendo conforme vai escolhendo, errando, acertando, acertando e errando. Às vezes, eu sei que você sabe, mas não custa repetir, é errando que aprendemos mais do que quando acertamos. Quando estudei durante infindáveis meses para concursos, aprendi que as questões que mais me marcavam eram as que eu marcava errado (no gabarito)! Ao me dar conta disso, não ficava mais com raiva em errar, porque sabia que não mais as erraria novamente. Logo, aprenda e entenda: escolher não é o que o leva aonde você quer ir, mas é escolhendo que você chega lá. Às vezes, tropeçando, é verdade, mas o que importa é permanecer no caminho, em frente, refazendo as escolhas, sofrendo as consequências e corrigindo a rota. Escolher errado, como talvez diria Thomas Edison, inventor da lâmpada (entre outras centenas de coisas), é apenas uma outra forma de descobrir como não errar de novo, da mesma forma.
2. Escolher bem não nos isenta de sofrer pela escolha feita
Muitas pessoas vivem iludidas pensando que, se fizerem boas escolhas, não terão problemas mais à frente, que estarão isentas de sofrimento. Isso torna o processo mais doloroso e pesaroso, sabe por quê? Não existem, como disse, escolhas indolores. Mesmo fazendo boas escolhas, sofreremos. Isso lhe aflige? Não deveria.Calma, não pare de ler – ainda -, pois tenho bons argumentos para lhe dar. Quando se vive a ilusão que uma boa escolha nos isenta de dores, somos levados a crer, inconscientemente, que nenhuma escolha é boa, ou que as boas escolhas são impossíveis, sendo assim, você sempre viverá com medo das escolhas, nunca escolhendo nada. Mas, sabe?, ouvi um ditado que quem muito escolhe, no final, é escolhido (no mau sentido). Não queira ser o último biscoito do pacote, pois pode ser que quem o pegue o despedace nas mãos e depois, simplesmente, o jogue fora.
3. Devemos fazer nossas próprias escolhas, mesmo escolhendo errado
Fazer escolhas não é fácil. Fazer escolhas certas é um processo doloroso, quando não traumático para alguns. Todavia, mesmo havendo esses efeitos colaterais durante o processo, fazer nossas próprias escolhas ainda é o melhor meio de se evitar grandes decepções no futuro. Como eu li numa imagem pesquisada na webseara: “você faz suas escolhas, e suas escolhas fazem você”. Escolha, sem medo de errar, porque, se errar, pelo menos você vai aprender a escolher melhor na próxima.
4. Podemos aprender com as escolhas dos outros
Uma coisa que pode encurtar nosso aprendizado e nos ajudar a evitar grandes problemas é observar as escolhas de quem decidiu antes de nós, seja em situações semelhantes, seja em objetos semelhantes. Meus posts mais lidos e bem avaliados são aqueles em que conto minhas experiências, como fiz, onde errei e acertei e ainda, de quebra, dou dicas para superar as adversidades. A internet está repleta de “reviews” (revisões, avaliações) de pessoas que compraram tal coisa, leram tal livro, assistiram tal filme e escrevem para falar de sua experiência, de como foi, o que deu certo, o que deu errado e o que fazer para não cometer o mesmo erro. Embora não seja muito de escrever revisões, de vez em quando acho pertinente e interessante compartilhar minhas impressões sobre algo que pode vir a ser de interesse coletivo. Se você quer evitar erros básicos e banais que podem lhe dar grande prejuízo, observe as escolhas – e consequências – alheias.
5. Escolher é tão importante que até Deus fez escolhas
Isso sim deve ser novidade para muitos, mesmo entre os evangélicos: Deus faz escolhas! Duvida? Eu provo: Agora, pois, ouve, ó Jacó, servo meu, e tu, ó Israel, a quem escolhi. Isaías 44:1 Como está escrito: “Amei [escolhi] Jacó, mas rejeitei Esaú”. (grifo acrescido) Romanos 9:13 Vocês não me escolheram, mas eu os escolhi para irem e darem fruto, fruto que permaneça, a fim de que o Pai lhes conceda o que pedirem em meu nome. João 15:16 Escolher, então, é uma coisa muito séria, já que o próprio Deus exortou Seu povo a decidir e escolher o que queria, mesmo Ele sabendo o que era melhor para nós. O que me deixa pasmo é que Deus não interfere em nossas escolhas. Isso me dá um nó na cabeça… como Deus pode me amar tanto e deixar que eu me “estrepe” (arrebente) todo por uma escolha errada que Ele sabia (Ele sabia!) que ia terminar mal? Não sei, não sei…Mas, quando volto todo “ estropiado“, quebrado, só o bagaço da laranja (como dizia minha amiga Ale), Ele me acolhe, não fica jogando na minha cara um acusador “Eu te disse! Tá vendo? Foi me desobedecer, agora toma!”. Não, Ele me acolhe nos braços, me aninha no colo, enxuga minhas lágrimas e me diz “Não temas, que Eu te ajudo”. Parece que Deus nutre por nós um amor tal que, ao mesmo tempo que respeita nossa vontade, não suporta ficar longe de nós, mesmo quando nos desviamos de Sua vontade. Mesmo distante, Ele ainda nos olha, nos observa e nos chama de volta… de volta ao Seu colo, ao nosso refúgio. Adão escolheu errado, e Ele não deixou de amá-lo. Davi escolheu errado, e Deus não deixou de amá-lo. Salomão escolheu errado, e Deus ficou indignado!, mas não deixou de amá-lo (Deus chamava Salomão de Jedidias, que significa amado por Deus). Eu errei… tantas vezes, que tenho vergonha de admitir, de repetir os mesmos erros, as mesmas escolhas erradas, mas Ele continua me amando! Por quê? Não sei, não sei… só sei que Ele me ama. E, por causa de todas as nossas escolhas erradas, que produziriam um destino trágico, uma eternidade longe dEle, como bem disse um dos mais aclamados e lidos escritores da atualidade, por causa de nossos erros, Ele escolheu os cravos, Ele escolheu a cruz, para não nos perder para sempre. Nem sempre nossas escolhas, mesmo as boas e necessárias, vão nos levar à glória… podem nos levar ao Gólgota, mas, mesmo assim, façamos nossas escolhas, porque Deus, Deus já fez as dEle!