"Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá (Galatas 6:7)".
Desde que comecei a escrever artigos sobre adoração venho comentando alguns itens indispensáveis para o ato da adoração. Este texto discutirá dois deles: a reverência e o temor. Todos devemos compreender que sem reverência não poderemos adorar a Deus, e não poderemos agrada-lo. Não é por acaso que alguns autores declaram que a adoração nasce do temor a Deus.
A reverência dos escribas
Vou dar um exemplo de reverência. Estou certo de que todos já ouviram falar ou já leram algo sobre os escribas (ou copistas) na Bíblia. Na cultura hebraica, os escribas eram aqueles que escreviam as leis. Eram eles que passavam os textos ditados e ouvidos para o papel. Bem, todos aqueles que estudarem um pouco mais a fundo o trabalho dos escribas saberão que eles tinham uma forma toda especial de escrever o nome de Deus (Jeová). Cada vez que eles ouviam o nome Jeová, eles pegavam outra pena (a caneta da época), escreviam o nome de Deus e depois quebravam a pena para que ela nunca mais fosse utilizada. Alguns dizem que essas penas eram revestidas de ouro. Que interessante, não? Caro irmão, essa atitude dos escribas expõe claramente a reverência e o temor que eles tinham em relação a Deus.
A nossa reverência
Depois de ter lido muitos textos bíblicos sobre reverência (inclusive a visão de Isaías no capítulo 6 de seu livro) me pus a questionar: Será que nós, que fazemos parte da Igreja de Cristo, estamos tendo reverência ao Deus todo poderoso? O que será que Deus está achando de nossa adoração, de nossos cultos? Será que o Senhor da glória está vendo em nós aquela sementinha de temor e reverência a Ele? Qual é a atitude e a motivação do nosso coração quando nos chegamos a Deus para adora-lo? Caro irmão, há alguns comentários que desejo realizar.
Comentários importantes...
Primeiramente, o pecado não deve se tornar o "pecado nosso de cada dia". Quando nossas transgressões tornam-se "normais", "banais" e corriqueiras estamos caminhando contra a vontade de Deus. Sem aquela busca incessante pela santidade não poderemos ser verdadeiros adoradores, porquanto nosso pecado cheira mal diante do Santíssimo Pai. O pecado do homem é um desrespeito a Deus!
Mas vamos adiante. Ás vezes tratamos a Deus muito mal. Nossos próprios cultos (que deveriam ser totalmente para Ele) acabam se tornando momentos de lazer, de relaxamento, de petições e reclamações sem fim. Nossa adoração se torna antropocêntrica (O homem como centro de tudo), com músicas gostosas, pregações bonitas e agradáveis, quando deveríamos mostrar reverência a Deus, com nosso coração dizendo: como Deus é grandioso, como é majestoso, Santo, Santo, Santo...
Às vezes a presença do Convidado principal da noite é ignorada. Em muitas ocasiões, participamos dos cultos apenas "de corpo presente". Em outras situações, participamos em "espírito, alma e corpo", mas preferimos colocar a conversa em dia com irmão ao lado, reclamar da pregação que está muito longa ou dar uma voltinha lá atrás da igreja para esticar as pernas. Caros irmãos, muitas vezes estamos sendo irreverentes e insensíveis sem percebermos!
Não posso deixar de falar sobre os "pedintes espirituais". Faço isso porque é assim que muitas pessoas têm se portado em sua vida de adoração, achando que Deus é apenas uma muleta ou um "pronto-socorro" melhorado. Obviamente todos sabemos que Deus é refúgio, que Deus responde às orações e que Ele tem muitas bênçãos a dar, mas se tratarmos a Deus somente como alguém disposto a nos conceder a "bença", estaremos sendo cegos insensíveis. É como se disséssemos aos nossos pais naturais: "não estamos preocupados com você, só queremos as chaves do teu carro para que possamos dar uma voltinha!". Que duro para um pai ter que ouvir isso, não é? Mas às vezes é assim que temos nos portado diante do Pai celeste, como "pedintes espirituais". Deus é muito mais do que podemos imaginar! Ele merece toda gratidão, louvor, reverência etc. Lembre-se disso da próxima vez você for entrar na presença de Deus em adoração. Sempre que estiver se dirigindo ao culto congregacional tente imaginar a grandeza e a majestade de Deus, e com certeza a sua adoração será diferente!
Conclusão
Querido irmão, sei que ainda temos muito a debater sobre a reverência na adoração e nos cultos da congregação. Nos próximos artigos estarei falando sobre isso mais profundamente. Mas espero que este texto tenha plantado uma sementinha em teu coração. Uma semente que lhe trará a consciência de que o Deus a quem estamos servindo é muito mais do que podemos imaginar! A Ele seja todo o temor, reverência, admiração, respeito... pelos séculos dos séculos!
Um abração em Cristo Jesus e até a próxima,
Ramon Tessmann
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